“O DESTERRADO”, DE SOARES DOS REIS".

                           Umas das obras-primas do Museu Soares dos Reis, no Porto, é “O Desterrado”, sem dúvida, obra maior da escultura portuguesa do artista que deu nome ao museu, onde se encontra. “O Desterrado”, segundo Laura Castro, historiadora de arte dos séculos XIX e XX e, atualmente, assistente na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, também no Porto, a hoje famosa escultura ”garantiu a Soares dos Reis todas as honras (ou quase) e todas (mesmo todas) as desilusões”. Esculpida em Roma em 1872, foi prova final do pensionato do artista e enviada, inacabada, para o Porto, onde foi concluída. Ainda segundo Laura Castro, “o artista revia-se na condição de exilado e na nostalgia da pátria, transpondo o seu sentimento para o modelo e a pose escolhidos”. E depois de críticas mesquinhas e infundadas, inclusive de plágio foi apresentada na Exposição Geral de Belas-Artes, em Madri, em 1881, ali obtendo o 1° prêmio e o escultor o grau de Cavaleiro da Ordem de Carlos III atribuído por Afonso XII da Espanha. Inclusive, o Estado espanhol se propôs adquiri-la, sendo a oferta recusada pelo Estado português que considerava ter direito sobre a peça, uma vez que fora executada no quadro da pensão do Estado. E com o tempo, “O Desterrado” é, hoje, reconhecido por todos como uma grande escultura europeia, digna da admiração de Rodin, sintetizando o retrato coletivo de um povo através da expressão de um sentimento que conjuga saudade com o desterro. E, na foto acima, o professor Munhoz admira a famosa escultura, na manha de 12 de julho de 1967, no Museu Soares dos Reis, no Porto, confirmando a beleza da obra.