A LABIRÍNTICA ERICEIRA

                                       Numa velha página de diário, com a data de 25 de junho de 1998, em Macapá, o professor Munhoz dizia: “Agora, com as férias se aproximando, eu gostaria de passar uns três dias em Sintra, hospedando-me no hotel, onde morou Lord Byron. E lembro de que a última vez em que estive em Mafra, visitando o imponente palácio barroco, com o seu mosteiro, foi com o Dr. Sebastião Pestana, profundo conhecedor da obra de Gil Vicente, o iniciador do teatro em Portugal, com o “Monólogo do Vaqueiro” (ou “Auto da Visitação”), exatamente no dia 7 de junho de 1502, por ocasião do nascimento do futuro D. João III, filho de D. Manuel e de sua segunda mulher, D. Maria de Castela, filha dos Reis Católicos, D. Fernando e D. Isabel. Inesquecível de Mafra é a sua maravilhosa biblioteca, com mais de 40 mil obras encadernadas em couro e relevos em ouro, incluindo a preciosa primeira edição de “Os Lusíadas”, de Camões. Quanto à Ericeira, ela me lembra em especial Manuel Correia Marques, poeta, amigo e anfitrião, ele e dona Vina, além do Dr. Sebastião Pestana, com quem ali almocei várias vezes. E a Ericeira não passa de uma vila de pescadores, um verdadeiro labirinto de estreitas ruas de pedras, com casas bem caídas, penduradas sobre o mar. E não esqueço também de que, no dia 05 de outubro de 1910, quando a República foi proclamada em Lisboa, D. Manuel II, o último rei de Portugal, partiu da Ericeira para o exílio na Inglaterra, morrendo em Londres, em 1932, por sinal, no ano em que nasci, em Belém do Pará”. E, na foto acima, vemos o professor Munhoz com o Dr. Sebastião Pestana, em frente do restaurante “O Barco” na saudosa Ericeira, na tarde de 03 de julho de 1987.