NUREYEV E MARGOT FONTEYN

Há pouco,  numa conversa, o professor Munhoz recordava o dia intenso de 09 de julho de 1997, em Paris, quando levantou cedo, indo ao Museu Jacquemart-André, "monument d'exception", lembrando-lhe por primeiro a Frick Collection, de Nova York. Não esqueceu de que, na entrada da mansão, está o mármore de Jean-Baptiste Pigalle (1714-1785): "La tireuse d'épines". Como admira Nattier, ficou um tempão olhando, com encanto, "O Retrato de Mathilde de Canisy, Marquesa de Antin". E como é apaixonado por Veneza, plantou-se diante de dois quadros de Canaletto:"A Praça de São Marcos" e "A Ponte do Rialto". E diz que é de mestre o "Retrato do Conde Antoine Français de Nantes, Conselheiro de Estado", de Jacques-Louis David, o pintor de Napoleão. E que até hoje, depois de 16 anos, não consegue esquecer a perfeição da renda do vestido no "Retrato de Amália van Solms", de Rembrandt, autor de outra obra-prima que é "A ronda noturna", no Rijksmuseum, de Amsterdã, cidade que ama. Outra obra que lhe chamou atenção, em bronze, foi o busto de Gregório XV, o papa que dirigiu a Igreja de 1621 a 1623, tendo canonizado Santa Teresa d'Ávila e São Felipe Nèri. O busto de Gregório XV é obra de Bernini. Depois, com pressa, foi ao Centre Georges Pompidou, e se encantou com 220 pinturas e desenhos de Fernand-Léger. E do Beaubourg, quase correndo, chegou ao Museu Carnavalet, com uma exposição dedicada a Nureyev, lembrando o genial bailarino russo, quando o viu dançar "A Bela Adormecida", no Metropolitan Opera House, em Nova York, com o Ballet Nacional do Canadá, em julho de 1974. E terminou a exposição também lembrando Margot Fonteyn, no Lee Theatre, em Hong Kong, numa noite de gala, em 27 de julho de 1974, com o jovem bailarino Heinz Bosl. E acima, uma foto da grande dama do ballet, com o seu autógrafo adquirido após uma récita inesquecível.