NA POUSADA DE SANTA LUZIA, EM VIANA DO CASTELO

Numa carta longa escrita de Viseu (Portugal), no dia 13 de julho de 1967, pelo professor Munhoz à sua amiga professora Ester Virgolino, descreve sua primeira visita a Óbidos, "cidade medieval cercada de muralhas", chegando a minúcias a propósito da  igreja do Mosteiro de Alcobaça, a maior de Portugal, com os túmulos de D. Pedro, filho e herdeiro de D. Afonso IV, e dona Inês de Castro, dama da mais alta nobreza de Castela por quem o infante D. Pedro se apaixonara, tendo com ela três filhos. Dona Inês, morta a punhaladas em 1355, tornou-se "rainha depois de morta", segundo Camões, como se lê numa passagem do terceiro canto de "Os Lusíadas" (estância CXVIII). Mas, com encantamento, também fala de Viana do Castelo, com o rio Lima e, sobretudo, realça a beleza de suas manções em estilo manuelino, sem esquecer que nada se compara com o Mosteiro dos Jerônimos, em Lisboa, no bairro de Belém, ápice da arquitetura que nasceu com o nome de Manuel I, em 1501, após a chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil e o retorno de Vasco da Gama das Índias. De Viana do Castelo, além das ruas sinuosas, também não esquece o Paço do Conselho, com o brasão de D. João III, a Misericórdia, de 1598, a fonte da Praça da República e, em especial, o Monte de Santa Luzia, com a basílica, réplica do Sacré-Coeur de Paris, e a imponente pousada onde o vemos acima, na companhia de vários amigos, incluindo à direita, na fila de cima a professora Maria das Dores Correia.