NA VELHA MAZAGÃO AFRICANA, NO MARROCOS.

    O interesse do professor Munhoz por Mazagão, a El-Jadida marroquina de hoje, começou, segundo ele, em 1976, na véspera de partir para o exterior, de férias, com uma carta do Dr. Jarbas Cavalcanti, ex-juiz de Macapá. Sabendo, pela imprensa, que ia ao Marrocos, pediu-lhe “um favor importante”. Dizia o Dr. Jarbas, num determinado trecho de sua carta: “Existiu, faz uns 200 e poucos anos, a histórica Mazaghan, com sua fortaleza, seus guerreiros, heróis e religiosos, sendo a semente dessa Mazagão daí do Território, que você conhece, e primeiro esteve em Mazagão Velho, depois transferindo-se para  a atual sede. Peço-lhe então que tire umas fotos das ruínas da Fortaleza, ou do Castelo (disse-me existirem ainda o Cláudio Lobato), da cidade antiga, da nova e mesmo de um obelisco existente em cruzamento de rodovias a recordar o heroísmo da conquista e mantença desta, que os mouros viviam a assediar. Posso garantir-lhe que o negócio não foi mole” e “essa ilustração da remota Mazagão e velhas ruínas de Marrocos dariam ou darão uma nota importante e erudita à edição” do livro que ele acabara de escrever. E dizia mais: “O meu amigo terá grande parte nisso”. O professor Munhoz foi de Paris para Marrakech e depois El-Jadida, tirou as fotos pedidas e ainda anotou nomes de antigas placas de ruas, que ainda existem em português, como Rua da Carreira, Rua da Nazaré, Rua das Curvas, Rua Direita, Rua do Celeiro etc. E em Lisboa, diante de seu entusiasmo, o amigo Francisco d’Assis de Oliveira Martins o presenteou com dois de seus trabalhos: "Portugal e Marrocos no século XVIII” obra de 1937, e “A Fundação de Vila Nova de Mazagão no Pará/ Subsídios  para a história da colonização portuguesa do Brasil”, monografia de 1938. E acima, vemos o professor Munhoz em plena Mazagão africana, em foto tirada por Edyr Pacheco, seu companheiro de aventuras por este mundo de Deus, que não é pequeno.