ALMADA NEGREIROS, UM METEORO NA CULTURA PORTUGUESA

José Sobral de Almada-Negreiros, um dos vultos supremos do Modernismo em Portugal, nasceu em Lisboa, no dia 07 de abril de 1893, participando em 1915 da renovação poética do grupo da revista "Orpheu", cujo primeiro número apareceu sob a direção de Luís de Montalvor, para Portugal, e Ronald de Carvalho, para o Brasil. Quanto ao segundo número chegou a ser publicado, mas com a direção de Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, o poeta de "Dispersão". O terceiro número não veio à luz por morte daquele que a sustentava financeiramente, o autor da "Confissão de Lúcio". Mas de Almada-Negreiros o que se pode afirmar é que foi uma figura completa dos seu tempo, difundindo em seu país todas as correntes estéticas de uma Europa insatisfeita e ávida de novidades. Estudando pintura em Paris, onde Mário de Sá-Carneiro pôs fim à vida num quarto de hotel, com 26 anos incompletos, seguiu depois para a Espanha, onde viveu de 1927 a 1930, cultivando ou "dispersando o seu talento", como já se disse, com a poesia, o romance, o teatro, o conto, a crítica de arte, o ensaio, o bailado, a caricatura, o desenho, etc., "tudo num afã de totalidade e diversificação que não oculta o sopro genial que lhe informa a visão do mundo." O professor Munhoz conta que assistindo missas na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, quando era hospede do poeta Manuel Correia Marques e de sua esposa, dona Vina Marques, sempre se distraía contemplando os vitrais do artista que decoram a igreja lisboeta. Fernando Pessoa a propósito da exposição de caricaturas de Almada-Negreiros, em 1913, já perguntava:"Será poliaptidão do artista, incerteza em encontrar-se, (...) ou adaptação a vários gêneros"?. O poeta dos heterônimos diz ainda:"Mitógrafo da sua própria mitomania, foi Almada-Negreiros fundamentalmente um "agitador de consciências". Para afirmar o que se disse acima, vejamos, como ilustração um seu "Auto-retrato", obra de 1948, pertencente ao acervo do Centro de Arte Moderna, da Fundação Calouste Gulbenkian, de Lisboa.
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