No
“Diário do Amapá”, edição de 19 de junho de 1997, em “NOTA 10”, José Marques
Jardim, da Editoria de Cultura, anunciava: “O professor Antônio Munhoz Lopes
recebeu esta semana, do Tribunal de Justiça do Amapá, o “Colar do Mérito
Judiciário” e, mais adiante afirmava que “a honra foi passada pelo presidente
do TJAP, desembargador Gilberto de Paula Pinheiro, que foi aluno de Munhoz,
tido como um dos decanos da cultura local, responsável pelas primeiras manifestações
artísticas, num tempo em que fazer arte era bem mais difícil que hoje”, e
frisava que “ele organizou o I Salão de Artes Plásticas do Amapá”, sendo seus
amigos “poetas, escritores, pintores, escultores e todos que fazem da arte uma
maneira de vida”, citando, em especial, o nome do padre Fulvio Giuliano, “que
além de religioso era um dos maiores pintores que por aqui passaram”. Também
faz menção às viagens que o professor realizou pelo mundo, afirmando que “De
Portugal à Índia, ele viu de perto as maravilhas deixadas por outras eras” e,
para complementar, lembramos agora as Pirâmides, no Egito; o Partenon, em
Atenas, na Acrópole; o Coliseu, em Roma; o Taj Mahal, em Agra, na Índia, sem
dúvida, um dos mais belos edifícios do mundo, e, para não ir mais longe, o
templo de Borobudur, em Java, na Indonésia, uma das maravilhas do mundo. E, na
foto acima, o professor Munhoz, na festa de seus 80 anos, no Restô do Parque,
em Belém, em fevereiro de 2012, com um grupo de ex-alunos amapaenses, tendo à
frente o desembargador Gilberto Pinheiro, de quem recebeu o “Colar do mérito
Judiciário”, em 1997.
Nosso blog tem como objetivo publicar a trajetória de vida do Professor Munhoz em comemoração aos seus 84 anos dedicados à Educação e à Cultura. Autor do Blog:Professor Munhoz Responsável: (GRUPO ABEPORÁ DAS PALAVRAS)
84 ANOS DE ANTONIO MUNHOZ LOPES
quarta-feira, 30 de abril de 2014
quarta-feira, 9 de abril de 2014
A HOMENAGEM DE UM EX-ALUNO
Encontramos
o recorte de uma velha edição do Jornal do Povo, mas sem a data, onde, numa
croniqueta denominada “A raposa e as rosas”, descobrimos quase no final, que é
uma homenagem ao professor Munhoz, da parte de seu ex-aluno Haroldo Franco.
Logo no início, ele confessa “uma afinidade cultural, desde quando o repórter”
_Haroldo Franco_ “aprendeu latim no Colégio Amapaense e fez o curso de letras
na Universidade do Pará”, ligando “o rabiscador de notícias” ao professor de
tantas gerações em Macapá. E afirma que “os livros de Jean-Paul Sartre e Simone
de Beauvoir, e “Le Petit Prince”, de Saint-Exupéry, foram lições que o mestre
transmitiu naqueles debates memoráveis do Curso Clássico”. E Haroldo Franco
proclama: “As aulas do Munhoz, arejadas e cultas, foram definitivas o bastante
para que eu as lembrasse quando lecionei Literatura nos Colégios Paes de Carvalho,
Carmo, Santo Antônio e Nazaré, em Belém”. E diz ainda: “Mais tarde, como
titular da cadeira de Língua Espanhola na Universidade Federal do Pará, pude
sentir o quanto foram válidas as informações transmitidas pelo Munhoz sobre a
Península Hispânica e em torno dos romances de cavalaria, de tão magnífico
colorido”. Haroldo lembra ainda “os concursos de oratória e de reportagem, os
seminários sobre os clássicos portugueses e brasileiros e textos que apelavam à
criatividade dos seus alunos”. E reconhece que, “como “Cidadão do Mundo”,
Munhoz encastela-se nos museus da Europa, atravessa as ilhas gregas, contorna
as estepes russas e vai aos Pirineus com a tranquilidade de um homem livre,
para quem o dinheiro é apenas um detalhe que lhe permite comprar passagens e
pagar os pedágios desta vida”. E Haroldo encerra, confessando: “Tenho certeza
de que procurei estar à altura do mestre, naquelas aulas que a gente poderia
esquecer se não tivessem existido, por exemplo, na ficção de Exupéry, a raposa
e as rosas. Um abraço”. Sem termos em mãos uma foto de Haroldo Franco, vai
acima a mesma foto com a qual ilustrou a homenagem ao seu antigo mestre.
UMA DAS FOTOS QUE O METON NÃO VIU
Duas
semanas antes de partir para a Eternidade, Meton Jucá encontrando o professor Munhoz,
pediu: “Apareça por casa. Precisamos lembrar a “Thenda”. Mas não esqueça das
fotos”. Para quem não sabe, a “Thenda” era um bar que, nos idos de 70, Meton
criara com João Capiberibe e Élson Martins, nos fundos da Galeria Comercial da
Av. Fab, nas proximidades do Colégio Amapaense, naqueles tempos o “Colégio
Padrão”, o “Colosso Cinzento” e onde o professor Munhoz ensinava literatura
(para o Meton, o professor Munhoz era “o guru” da turma). Nas sextas-feiras,
após a última aula noturna da semana, aconteciam na Thenda famosos saraus, com
a melhor música e a melhor poesia, com um grupo de escol, do qual faziam parte,
além do Meton e do Élson, Isidoro, o “Piapau”, E’dson Calandrini, Antônio
Chucre, Antônio Cabral de Castro, Carlos Nílson, Masataka, Bonfim Salgado,
Maria Façanha, Sueli Borges de Oliveira, Déa Soares, Zeneide Alves de Sousa, que
continua desafiando a Amazônia como cirurgiã plástica e tantos outros alunos,
que eram muitos. E numa volta da Europa, o pessoal achou que o professor Munhoz
voltara “cheirando a civilização” e o obrigaram a falar da Inglaterra, segundo
eles, “com seus lampejos anárquicos, revolucionando conceitos seculares,
destruindo tabus que pareciam ser eternos”. Noutra vez, com as mesas juntas, alguém
lembrou a “Santa Ceia”, faltando o Judas, que era um do grupo e estava se
mostrando mau caráter e, por isso faltara de propósito. Nos intervalos dos
papos, Antônio Chucre lia poemas do Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade
e Cecília Meireles e a musica era de Chopin, Bach, Borodin, Mozart e Tchaikovki.
Na foto acima, numa noite especial, o professor Munhoz ao chegar com um grupo
do CA, para falar de Pero Vaz de Caminha, André Thevet, Jean de Léry e Hans
Staden, o alemão que escapou de ser devorado pelos índios.
quarta-feira, 2 de abril de 2014
DIANTE DA “FONTANA DI TREVI”, EM ROMA
Um
dos encantos de Roma, a Cidade Eterna, são sem dúvida, as suas fontes, uma
tradição que teve início na época do Império, quando a urbe romana era
conhecida por “regina aquarum”, isto é, a rainha das águas. E, para os antigos
cidadãos, o progresso era representado por uma eficiente rede de água, formada
por onze aquedutos que forneciam um bilhão de litros por dia, e pelas estradas,
que uniam as várias partes do Império e facilitavam as comunicações. O mais
importante é que as 212 fontes da Roma antiga se multiplicaram e hoje são 1600
espalhadas por toda cidade, algumas delas famosas pela sua beleza, como a “Fontana
del Moro” e a “Fontana dei Fiumi”, ambas na Piazza Navona, sendo a última, obra
de Bernini, e já mostradas nesse blog. Mas nenhuma supera a maior, criada por
Nicola Salvi, entre 1732 e 1762, a pedido do papa Clemente XIII, mostrando no
centro a figura de Netuno com dois tritões: um tentando domar um cavalo-marinho
rebelde e outro conduzindo um animal mais tranquilo, referência às diferentes condições
do mar. Originalmente, o local marcava o fim do aqueduto Aqua Virgo, construído
em 19 a.C. por Agripa, genro e braço direito de Augusto, para canalizar água
para as novas termas romanas. E a “Fontana di Trevi”, nome derivado provavelmente
de uma jovem chamada de Trívia, a primeira pessoa a mostrar a nascente a 22 quilômetros
da cidade, a soldados sedentos, se tornou mais famosa ainda com o filme de
Federico Fellini, “La Dolce Vita”, com Anita Ekberg, e “A Fonte dos Desejos”,
película americana que mostrava uma superstição que sobrevive até hoje: jogar
uma moeda de costas, para voltar à Cidade que também é dos Papas. Acima, o professor
Munhoz diante da Fontana Di Trevi, na tarde de 04 de Julho de 2013, em foto de
Fátima Leitão.
MUNHOZ NA EUROPA, EM 2010 (I)
Encontramos,
há pouco, umas anotações do professor Munhoz, onde ele diz: “Estou com 78 anos,
mas não perdi ainda a vontade de viajar. E a prova maior é de que passei o mês de
janeiro entre Salvador , na Bahia, acompanhando, pela primeira vez, a procissão
do Bonfim, com o amigo Richard Santiago Pereira, de Xambioá, e segui depois
para o Rio de Janeiro, vendo exposições de arte, visitando museus e igrejas,
indo a livrarias, como ao teatro e ao cinema (com a grande Mostra Godard 80),
enfim, sem perder um minuto do meu tempo. Em julho, como faço há muitos anos,
voltei à Europa, ficando por primeiro em Portugal, dividindo-me entre Lisboa e
Coimbra, seguindo depois para a Alemanha, com Berlim, onde não ia desde a época
do Muro, vendo, pela primeira vez, no Museu Egípcio, o busto de Nefertiti,
esposa de Amenófis IV, ainda hoje “um ícone da feminilidade e da beleza”, além
de “um símbolo do Egito”, como diz o paleopatólogo americano Bob Brier. Ainda
na Alemanha, visitei Meissen, uma cidade medieval famosa pela sua porcelana, e
Dresden, que foi até a II Guerra Mundial uma das cidades mais bonitas da
Europa, com edifícios magníficos, tudo sendo destruído na noite de 13 para 14
de fevereiro de 1945, pelas forças aéreas britânica e americana, restando só
escombros. Na Galeria dos Velhos Mestres está uma das mais famosas obras de
Rafael Sanzio, a “Madona Sistina”, encomenda de Júlio II ( ex-cardeal
Giuliano della Rovera), um dos grandes papas do Renascimento. Dresden é chamada
pela riqueza de seus tesouros artísticos e suntuosidade de seus edifícios, a “Florença
do Elba”. E inesquecível é o chamado “Desfile dos Príncipes”, de 102 metros, na
Augusta Strasse, com quase 24.000 azulejos de porcelana de Meissen, que mostra
35 margraves, duques, príncipes eleitores e reis, 800 anos de história da Casa
Wettin”. Na foto acima, o professor Munhoz em Dresden, na manhã de 17 de julho
de 2010, ouvindo um tocador de bandura, instrumento tradicional da Ucrânia, com
68 cordas, em foto de Fátima Leitão.
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