O professor Munhoz conta que uma das mais
antigas recordações que ele tem de sua infância é diante da biblioteca de seu
pai, vendo-o consultar grossos volumes. Ele era farmacêutico. E com sua curiosidade,
descobriu que eram livros de farmacologia e farmacopeia, duas palavras que
estavam longe do seu entendimento. E além desses tomos pesados, que falavam de
preparação de remédios, estudando medicamentos, havia muitos outros livros como
uma coleção completa de Afrânio Peixoto, romances de Pitigrilli e de Pérez
Galdós e um romance que iria marca-lo para sempre: “Fabíola”, do cardeal Wiseman,
pois foi através de sua leitura que descobriu os primórdios do Cristianismo,
com seus mártires. “Fabíola” antecipou de muitos anos o que somente em julho de
1967 ele veria ao vivo, pela primeira vez: o Coliseu e as ruínas do Forum romano,
símbolos do mais poderoso império da Antiguidade. Outra surpresa: descobriu que
seu pai também gostava de poesia, encontrando edições de Martins Fontes,
Vicente de Carvalho, cognominado de “O Poeta do Mar”, e até hoje tem na memória
versos em que ele diz: “Mar, belo mar selvagem/ das nossas praias solitárias”. Outro
poeta do qual lembra é Olavo Bilac, símbolo da perfeição formal, juntamente com
Raimundo Correia e Alberto de Oliveira, a nossa Trindade Parnasiana. De Bilac,
recorda ainda que seu pai tinha na estante “O Caçador de Esmeraldas”, evocando
a figura de Fernão Dias Paes Leme. De época tão distante, vemos acima o
professor Munhoz, com cinco anos de idade, em Belém, no dia 10 de fevereiro
1937, exatamente no dia do seu aniversário.
Nosso blog tem como objetivo publicar a trajetória de vida do Professor Munhoz em comemoração aos seus 84 anos dedicados à Educação e à Cultura. Autor do Blog:Professor Munhoz Responsável: (GRUPO ABEPORÁ DAS PALAVRAS)
84 ANOS DE ANTONIO MUNHOZ LOPES
quarta-feira, 2 de julho de 2014
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