Em
agosto de 1989, chegando a Lisboa, a primeira visita que o professor Munhoz
fez, como sempre, foi à Fundação Calouste Gulbenkian, com seus tesouros artísticos,
e , surpresa, nos jardins do museu havia uma exposição de esculturas de um
artista de 39 anos, que impressionava pela perfeição hiper-realista das peças,
como “The Gardner”, “Crossing Phaths”, “Fall”, “Waiting”, “Courting” e, diante
de “Sight Seeing” levou um susto, escultura que ilustra essa matéria. E o
primeiro trabalho do artista, como escultor, pois também é pintor, foi um nu,
em tamanho natural, fundido em aço, chamando a atenção dos colecionadores de
toda a América do Norte. Fundidas em bronze, as esculturas são trabalhos não só
de tamanho natural, em atitudes realistas, mas descrevem situações do
quotidiano, simples e universais. E o que é ainda de chamar atenção, captando o
gesto humano no bronze, é que J. Seward Johnson Jr. cria uma experiência escultórica
que todos podem desfrutar. E numa época em que a maior parte da arte é indecifrável
para o homem comum, Johnson Jr. vai mostrando as atitudes da figura humana de
forma fácil, sugerindo narrativas de significado e atração universal. Outras obras
que também enganaram o professor Munhoz: o jardineiro cuidando de um canteiro,
em “The Gardner”; uma pequena pausa para acender o cachimbo, em “Fall”, e, em
especial, o jovem que fixa a sua máquina fotográfica, num recanto do jardim do
museu, em “Sight Seeing”, que vemos acima. E uma observação digna de realce:
todas as obras de Seward Johnson Jr. nunca ridicularizam ou descrevem frustrações,
pelo contrário, transmitem empatia e respeito por tudo que é humano.
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